Vida de estudante
Recordo com alguma nostalgia o meu tempo de estudante. As festas, as baldas, os trajes e a libertinagem própria da altura. O primeiro ano foi marcado pelas praxes e pelo estatuto de caloira. Os mais velhos usavam esse poder para dar largas à imaginação nas trupes masculinas. Éramos cercadas por rapazes com a libido recalcada no seu expoente máximo. Perguntas do tipo “Tens namorado?”, “Fazes sexo com ele?”, “Que posições fazem?” eram a maneira de libertarem a frustração diária de não o poderem fazer a quem encontrassem na rua.
As trupes femininas não fugiam a este modelo constatei no segundo ano em que já era “madrinha”.
Havia um caloiro que se destacava. Um “miúdo” atraente, bem constituído e tímido q.b. O Marco. Na trupe mostrou ser um às a esquivar-se às questões, o que o tornava ainda mais apetecível, pelo menos para mim.
Durante o ano, fazia-se de tudo para organizar festas e para que os caloiros pudessem usufruir do seu estatuto o mais possível. Com o tempo fui conhecendo o Marco. Havia sempre a distinção entre caloiro e madrinha. Ele fazia questão de o fazer. Denotava-se um natural dom para a submissão. Creio que passei a ser a sua madrinha favorita. Se queria algo ele oferecia-se para o fazer. Não me incomodava já que ele próprio oferecia a sua disponibilidade.
Já a meio do ano, num dos arraiais de Lisboa. Acabámos por passar a noite a dançar, beber cerveja, a rir e partilhar histórias que nos iam surgindo à memória.
– Marco, acho que para o ano vou sentir falta do meu “escravo”… – disse a brincar,envolvida pelo inofensivo roleplay que havíamos desenvolvido ao longo do ano.
– Eu também… – disse simulando um ar triste e alinhando na brincadeira.
– Pois é, para o ano terás a tua servidora pessoal.
– Não será a mesma coisa. Quem irá cuidar de si tão bem como eu? – respondendo-me na terceira pessoa, de modo a manter-se fiel ao seu estatuto.
Abraçou-me. Encostou a sua cabeça no meu peito. Foi então que senti uma pressão junto à minha perna que provinha da sua região genital. Creio que se apercebeu da minha descoberta, pelo que levantou a cabeça e olhou-me com um ar perdido.
– Desculpa… – Apressou-se a tentar desculpar-se – Eu…
– Isto excita-te? – perguntei curiosa interrompendo-o.
– Na verdade… sim. Tenho um certo prazer submeter-me a ti… Pá… desculpa não…
– Chiu… Alguém te mandou falar – tapando-lhe a boca com a minha mão. De repente a sua expressão, apercebendo-se da minha reação, voltou para a de fiel servidor.
– Desculpe madrinha. – disse acatando a minha autoridade.
– Deixa-me ver… – puxando-lhe pelas calças senti-lhe um pénis inchado pela tesão. – Eras capaz de tudo para satisfazer a tua madrinha?
– Sim… claro. – respondeu sem hesitar.
– Mas será segredo só nosso. Percebes?
– Sim… – disse num tom sincero.
– Muito bem. Vem comigo!
Puxando-o pelo braço, afastámo-nos do arraial para uma zona de penumbra produzida pela noite e pela carência de iluminação artificial. Examinei o local em redor. Não havia ninguém à vista e o sitio onde estávamos era tão escuro que seria impossível localizar-nos. Encostei-me a uma parede. Pedi para que se encostasse a mim de face voltada para a minha. Coloquei a capa a fazer de escudo.
– Agora desce até ficares de joelhos!
Ele obedeceu fielmente enquanto eu segurava a capa.
– Desce-me os collants. – Senti as suas mãos a vasculhar entre a minha saia e o frio da ponta dos seus dedos quando encontrou maneira de as puxar. Com alguma dificuldade baixou-os o máximo que pôde,
– Agora desce-me as cuecas. – Senti mais receio no movimento. Um arrepio percorreu-me as coxas que sentiam o frio ambiente interrompido pelos bafos quentes que a respiração do Marco libertava.
Debrucei-me um pouco para a frente para avaliar a camuflagem que a minha capa fornecia. Dobrei um pouco as pernas para que fosse impossível de ver o Marco ajoelhado entre as minhas pernas.
– Sabes o que tens a fazer caloiro… – Incitei-o desta forma para que começasse a sua tarefa.
Excitada senti a boca do Marco a aproximar-se da dos meus lábios. Atrapalhado pelo escuro, foi de língua em riste percorrendo as mas minhas coxas, ora à direita, ora à esquerda. Quando atingiu o alvo, estremeci quase perdendo a força para manter a posição.
– Isso… – murmurei dando um reforço positivo pela sua descoberta. – não pares!
Assim que se apercebeu de que tinha achado a fonte do meu prazer desatou a lamber com mais confiança e firmeza. Excitada e com ondas de prazer que percorriam o meu corpo, tentava abafar os gemidos involuntários que produzia em resposta o movimento da língua do Marco.
– Anda Marco! Fode-me com os dedos! – exortei-o a aumentar os estímulos.
Sentia-o fazer entrar dois dedos na minha cona. Sentia o frio dos seus dedos serem vencidos pelo calor que reinava no meu interior. Estava molhada. Não havia resistência à entrada dos dedos do Marco.
Isso, não pares!
Senti o intensificar do ritmo. Voltou a investir com a sua língua enquanto os seus dedos permaneciam dentro de mim.
– Foda-se… não consigo aguentar muito mais… – disse-lhe baixinho lutando contra o inevitável.
Sentia-me a perder o controlo. As ondas de prazer a aproximarem-se com mais intensidade. A minhas mãos a agarrem a capa com a máxima força. A contrair a coxas com o aproximar do momento. A respiração cada vez mais rápida. E por fim os espasmos de prazer a propagarem-se sobre mim.
– Mmm…
Sentindo o culminar do meu orgasmo o Marco beijo-me o clitóris ainda túrgido da estimulação, contraí-me pela ultima vez.
– Obrigado Marco. – disse-lhe destapando a capa e vendo o seu olhar de cãozinho submisso satisfeito por me satisfazer.
– Sempre às suas ordens minha senhora! – disse sorrindo.